Como me vejo a nível de idades:
Empregado de Balcão
O cliente não tem sempre razão e ás vezes deixam a boa educação e o bom senso em casa e decidem ir espalhar o pânico pós cafés, porque acham que os funcionários têm que levar com tudo e pronto.
Atender público. Fácil imaginar a quantidade de histórias e situações que se passam e se vêm acontecer. Assim, achei que poderia escrever...
Então, perceba-se, que a não ser que seja algum indeciso, que ainda não se definiu como Sr ou Sra, não há razão nenhuma, para não se ser educado e esperar-se pela sua vez, para se aliviar na casa de banho a que o seu género corresponde.
Claro, que às vezes, alguma pessoas até se podem tentar desculpar com a confusão que algumas sinaléticas podem provocar. É bem verdade que o típico "boneco" do Sr e da Sra, estão a cair em desuso e cada vez mais se vêm desenhos incomuns para representar o simples: casa de banho feminina e casa de banho masculina.
Por fim, não basta só ir a casa de banho certa, convém também fechar a porta!
Eu sei que os Srs gostam de medir "pilinhas", e não se acanham em urinar em qualquer sítio ou situação, mas qualquer Sra que possa passar em frente à porta, com certeza que não terá o mesmo àvontade.
Pelo contrário. Por muito claustrofóbico que possam ser Srs, é muito feio urinar de porta aberta.
Imaginem um grupo de Sras sorridentes, mas muito picuinhas, sentam-se a ocupar no mínimo 2 mesas, vêm para ficar no convívio pelo menos 2 horas e pedem um bule de chá para 4.
Chega-se a parte da questão: " Que chá vão as Sras querer?", e depois de 10 minutos a perguntarem entre elas que chá é que iriam beber, acabam por responder "Escolha você!".
Claro que isto não é assim tão simples.
Como devem imaginar, nós somos treinados para que haja o menos desperdício e quebras possível. Logo a expressão "Escolha você!" é música para os nossos ouvidos, quando temos algum produto a ganhar raízes que queremos despachar.
Mas como é óbvio, essa técnica não funciona com as Sras da hora do chá.
Pobre do coitado que se lembre de se excêntrico o suficiente para lhes levar um "maçã-canela", ou um "gêngibre-limão", ou ainda talvez um "romã-acaí".
Com estas Sras da hora do chá, se está encalhado, deixá-lo ficar, porque traduzindo a resposta "Escolha você!", é o mesmo que dizer, "traga-nos qualquer coisa convencional (tipo camomila, cidreira, etc.) e deixe-se de invenções se não nós fazemos-lhe o cérebro em papas!"
Por fim, há sempre uma destas Sras da hora do chá, que até tem um pingo de consciência e ao lembrar-se que nem a água que consumiram estão a pagar, decide então, perguntar se não querem beber mais nada.
E pronto!
Lá vai para a mesa mais um bule cheio de água para 4. Ainda tenho que lhes levar chávenas lavadas, pois aquelas já ali estavam a apanhar pó à umas boas meias-horas. E assim se aguentam ali mesmo mais uma horita, pois ainda há mais umas coisitas para dizer.
Não há pachorra!
Empregado de Balcão
Eu passo um dia de trabalho inteiro de máscara na cara. Apenas a tiro para comer ou beber água. Faço isto, não só porque sou obrigado, mas também para proteger os outros: os clientes da casa e a minha família.
Dito isto, noutro dia, entrei a serviço a meio da tarde, e quando cheguei deparei-me com um grupo de "Srs" ao balcão a encanar minis. (Que se note que nestes últimos meses as pessoas preferem ficar na esplanada. Não têm problemas nenhuns em estarem ao monte na rua, tudo só para não terem que usar máscara.)
Assim, eu fiz a minha parte. Com toda a educação que tinha, perguntei aos "Srs" se traziam máscara. Ao que a resposta por parte de uma cavalgadura foi: ao contrário de mim, eles eram bonitos e não precisavam de se tapar.
Ok, tinham começado as hostilidades! Fiquei pasmo, mas ainda caí na asneira de lhes perguntar se sabiam que era obrigatório por lei usar máscara dentro do café, apesar de terem de a tirar no ato do consumo.
E assim fui de "criatura" para cima, pois os "Srs" deduziram que eu os estava a ameaçar, e acharam que me podiam ofender á vontade.
Acabei por ter que lhes explicar que eu não lhes tinha faltado ao respeito e nem admitia que mo faltassem a mim. Assim, acabaram por abandonar o estabelecimento, ainda a apregoar, mas lá foram.
No final do dia, para descargo de consciência, achei por bem contar o sucedido ao meu patrão, que me disse que a culpa era minha porque tinha provocado os "Srs". Segundo ele, nós não podemos dizer as pessoas para usar máscara, vai do bom senso de cada um.
Moral da história: não tentes fazer o que achas correto quando não to mandaram fazer!
Não há pachorra!
Empregado de Balcão