O Ricard que não leva anis
Um cliente antes do almoço:
O cliente não tem sempre razão e ás vezes deixam a boa educação e o bom senso em casa e decidem ir espalhar o pânico pós cafés, porque acham que os funcionários têm que levar com tudo e pronto.
Atender público. Fácil imaginar a quantidade de histórias e situações que se passam e se vêm acontecer. Assim, achei que poderia escrever...
Passada a parte das aparências, até porque lhes estava a ficar caro, chegamos então á parte da boa e barata cervejinha.
Pena, que a esta altura e "litragem", além de já terem perdido a necessidade de "boa aparência", também já tinham perdido a réstia de sensatez que poderiam trazer com eles.
Pedem uma rodada de "imperiais" e há uma "cavalgadura" que diz que a dele sabe a sumo de maçã.
Eu desprevenido e sem acreditar que estavam a falar a sério, sorri com toda a boa educação e continuei o meu trabalho.
E pedem a segunda rodada. Desta vez uma "cavalgadura" diferente, diz que a imperial dele não era igual á dos outros e que eu tinha que resolver isso. Eu levei o copo para dentro, tirei-lhe outra cerveja a qual o Sr disse que estava melhor.
Como se estava a espera, na terceira rodada, ouve mais uma queixa. Desta vez a "cavalgadura" em questão diz que a cerveja dele parecia "mijo".
Pois, eu que já estava "cheio" e já tinha ouvido o suficiente, mas ainda com toda a educação que me restava, dei a minha palestra: disse-lhes que a cerveja saía toda da mesma máquina, os copos eram todos iguais e lavados no mesmo sítio e que as mãos que as tiravam também foram sempre às mesmas.
Assim, "peço desculpa, mas tenho outros clientes á espera". E deixei-os com o "mijo" a frente.
Ainda tentaram uma quarta rodada, mas eu fiz de conta que estava extremamente ocupado e que não os ouvia. Lá desistiram.
Talvez o único com vergonha na cara, levantou-se e dirigiu-se ao balcão para fazer contas. A qual eu lhe apresentei com um sorriso no rosto enquanto o vi perder a cor quando olhou para o valor no talão.
Além do mais, como qualquer pessoa com os mínimos, perceberia que eu não faço milagres e não vou deixar de atender quem está à sua frente, só porque o Senhor está com pressa, mas ainda quer beber mais uma.
Então, perceba-se, que a não ser que seja algum indeciso, que ainda não se definiu como Sr ou Sra, não há razão nenhuma, para não se ser educado e esperar-se pela sua vez, para se aliviar na casa de banho a que o seu género corresponde.
Claro, que às vezes, alguma pessoas até se podem tentar desculpar com a confusão que algumas sinaléticas podem provocar. É bem verdade que o típico "boneco" do Sr e da Sra, estão a cair em desuso e cada vez mais se vêm desenhos incomuns para representar o simples: casa de banho feminina e casa de banho masculina.
Por fim, não basta só ir a casa de banho certa, convém também fechar a porta!
Eu sei que os Srs gostam de medir "pilinhas", e não se acanham em urinar em qualquer sítio ou situação, mas qualquer Sra que possa passar em frente à porta, com certeza que não terá o mesmo àvontade.
Pelo contrário. Por muito claustrofóbico que possam ser Srs, é muito feio urinar de porta aberta.
Eu estou a atender os clientes da mesa A e já está no cliente B ao balcão à minha espera para fazer a conta. E eis que chega a "cavalgadura" do cliente C, que há meia hora estava sentado a beber café, e derrepente lembrou-se que tinha pressa e com uma nota na mão e com a outra a bater no balcão, começa a falar alto, a dizer "hó rapaz! Faz-me lá o troco!"
Verdade seja dita, que eu não sei se foi pelo olhar que recebeu dos outros clientes, ou se foi pela minha resposta (a muito custo educada) : "Sr, tem que esperar uns minutos porque há outras pessoas há sua frente!".
O cliente, ficou vermelho, e parece que lá abriu os olhos e viu que eu tinha razão, pois não disse mais nada e acabou por esperar pela vez dele como devia ter sido desde o princípio.
Não há pachorra!
Já se lembraram, que o patrão não nos paga ao Km e que "fazer piscinas" não é uma boa prática neste ramo?
Assim sendo, comecem a fazer o vosso pedido por completo e de uma vez por favor, em vez de o fazerem às prestações!
Com isto, já fizemos mais uns bons metros á custa de mentes pequenas que só se importam com o bem estar delas mesmas!
Não há pachorra!!!!
Empregado de Balcão
Pede uma chouriça, mas acontece que nesse dia eu já não tinha pão e ele queria na mesma mas com desconto!
Eu comecei por dizer que lha fazia se quisesse, mas não lhe podia fazer o desconto e assim começou a cantiga que isso era uma treta e afins.
Argumentei então que não mandava nada, só cumpria ordens e que se ele queria regatear estava no sítio errado a falar com a pessoa errada.
Mas o cliente continua com as hostilidades, até que: "Bla Bla Bla isso é a mesma coisa que ir às p*t*s, pagar por uma f*d* e só levar um br*ch*!"
Eu passei-me!
Acabei por dizer-lhe que não bebo copos com ele nem andei com ele na escola para ouvir estas coisas. E virei costas.
Ele ainda continuou a ladrar mais um tempo e acabou por se calar e por ir embora...
Sei que perdi a razão, mas a paciência tem limites e o cliente não tem sempre razão.
Não há pachorra!
Empregado de Balcão
https://www.facebook.com/Os-desabafos-de-um-empregado-de-balc%C3%A3o-102763031670476
Então vamos lá imaginar este cenário:
Como já trabalho nisto há uns anos, já não argumento, sirvo e pronto!
E depois começa o "fado"! O cliente vê-se bem servido, bebe e não diz nada. Chega a hora de pagar, pedimos-lhe o valor justo e reclamam que é muito só por um "chiripiti" ( seja lá o que isto significa) !
Não há pachorra!!!
Empregado de Balcão
Assim: " Hó rapaz, a que horas fecham no sábado?"
"Fecharemos às 13h, como nos mandam"
"Então, e onde é que eu vou ver o meu Sporting?"
A sério????
É só problemas!
Bolas, como se a situação actual do país fossem "pinuts" comparado com o problema de não ter sítio para se ver o futebol...
Não há paciência!!
Empregado de Balcão