Regras básicas :
Empregado de Balcão
O cliente não tem sempre razão e ás vezes deixam a boa educação e o bom senso em casa e decidem ir espalhar o pânico pós cafés, porque acham que os funcionários têm que levar com tudo e pronto.
Atender público. Fácil imaginar a quantidade de histórias e situações que se passam e se vêm acontecer. Assim, achei que poderia escrever...
Então, perceba-se, que a não ser que seja algum indeciso, que ainda não se definiu como Sr ou Sra, não há razão nenhuma, para não se ser educado e esperar-se pela sua vez, para se aliviar na casa de banho a que o seu género corresponde.
Claro, que às vezes, alguma pessoas até se podem tentar desculpar com a confusão que algumas sinaléticas podem provocar. É bem verdade que o típico "boneco" do Sr e da Sra, estão a cair em desuso e cada vez mais se vêm desenhos incomuns para representar o simples: casa de banho feminina e casa de banho masculina.
Por fim, não basta só ir a casa de banho certa, convém também fechar a porta!
Eu sei que os Srs gostam de medir "pilinhas", e não se acanham em urinar em qualquer sítio ou situação, mas qualquer Sra que possa passar em frente à porta, com certeza que não terá o mesmo àvontade.
Pelo contrário. Por muito claustrofóbico que possam ser Srs, é muito feio urinar de porta aberta.
Eu estou a atender os clientes da mesa A e já está no cliente B ao balcão à minha espera para fazer a conta. E eis que chega a "cavalgadura" do cliente C, que há meia hora estava sentado a beber café, e derrepente lembrou-se que tinha pressa e com uma nota na mão e com a outra a bater no balcão, começa a falar alto, a dizer "hó rapaz! Faz-me lá o troco!"
Verdade seja dita, que eu não sei se foi pelo olhar que recebeu dos outros clientes, ou se foi pela minha resposta (a muito custo educada) : "Sr, tem que esperar uns minutos porque há outras pessoas há sua frente!".
O cliente, ficou vermelho, e parece que lá abriu os olhos e viu que eu tinha razão, pois não disse mais nada e acabou por esperar pela vez dele como devia ter sido desde o princípio.
Não há pachorra!
Como descrever o fim do dia no mundo dos cafés, restaurantes e afins?
Como explicar ás pessoas que quando dizemos que está na hora de encerrar, é mesmo para encerrar e não para beber mais uma (que nunca fica só por aí) rápido, antes de ir embora?!
Como deixar claro, que quando começamos a varrer e a apagar as luzes, significa que já estamos fartos de que estejam a "fazer sala" e também merecemos ir a nossa vida como o comum dos mortais?!
Sim, porque ao contrário do que muita gente pensa, nós não estamos no café por recreio, na maioria das vezes, nem horas extras nos pagam e também temos família, amigos e compromissos bem mais apetecíveis.
Já se lembraram, que o patrão não nos paga ao Km e que "fazer piscinas" não é uma boa prática neste ramo?
Assim sendo, comecem a fazer o vosso pedido por completo e de uma vez por favor, em vez de o fazerem às prestações!
Com isto, já fizemos mais uns bons metros á custa de mentes pequenas que só se importam com o bem estar delas mesmas!
Não há pachorra!!!!
Empregado de Balcão
Até porque ser-se simpático nesta profissão, às vezes, dá asas a que nos interpretem de maneira errada, e a que abusem da confiança.
Mas somos obrigados, sem dúvida, a ser educados. Tal como os clientes também deveriam ser.
Para que se perceba, acontece tão pouco, que é extremamente gratificante, ouvir os clientes a dar-nos os "bons dias", as "boas tardes" e a dizerem "obrigado".
Assim, tenho uma proposta para vocês: façam felizes um empregado de balcão, sejam bem educados com ele!
Não há pachorra!
Empregado de Balcão
Assim vou falar sobre "A saga dos caracóis."
Acontece que como não temos logística no estabelecimento para os confeccionar, compramos os bichos congelados, já confeccionados. É só aquecer e pronto!
Eu não sou apreciador deste prato, mas acredito que depois de vender algumas doses em que os pratos estão limpinhos e os clientes pagam sem reclamar de nada, deve significar que o petisco não é mau de todo.
Por fim aparece sempre o do contra! Alguém que tem alguma coisa a dizer, mesmo que sem sentido nenhum.
Assim, depois de o prato estar a meio, vossa excelência faz-me sinal para me dizer que além de salgados, em cada 10 conchas apenas se tirava um bicho.
Na minha cabeça começa então uma sucessão de pensamentos do tipo: " Agora é que te queixas?"; " Deves ser mais esquisito que os outros!"; " Vai queixar-te a quem os fez!"; " Provavelmente fugiram quando te viram!" ...
Mas pronto, como dizem os pinguins do filme Madagáscar : " É sorrir e acenar!" .
E assim abanei a cabeça, e virei costas. No fim apresentei a conta, levei com duas ou três "carvalhadas" que engoli de má cara, mas amanhã há mais...
Moral da história: quando temos que engolir a situação, " é sorrir e acenar!"
Não há pachorra!
Eu passo um dia de trabalho inteiro de máscara na cara. Apenas a tiro para comer ou beber água. Faço isto, não só porque sou obrigado, mas também para proteger os outros: os clientes da casa e a minha família.
Dito isto, noutro dia, entrei a serviço a meio da tarde, e quando cheguei deparei-me com um grupo de "Srs" ao balcão a encanar minis. (Que se note que nestes últimos meses as pessoas preferem ficar na esplanada. Não têm problemas nenhuns em estarem ao monte na rua, tudo só para não terem que usar máscara.)
Assim, eu fiz a minha parte. Com toda a educação que tinha, perguntei aos "Srs" se traziam máscara. Ao que a resposta por parte de uma cavalgadura foi: ao contrário de mim, eles eram bonitos e não precisavam de se tapar.
Ok, tinham começado as hostilidades! Fiquei pasmo, mas ainda caí na asneira de lhes perguntar se sabiam que era obrigatório por lei usar máscara dentro do café, apesar de terem de a tirar no ato do consumo.
E assim fui de "criatura" para cima, pois os "Srs" deduziram que eu os estava a ameaçar, e acharam que me podiam ofender á vontade.
Acabei por ter que lhes explicar que eu não lhes tinha faltado ao respeito e nem admitia que mo faltassem a mim. Assim, acabaram por abandonar o estabelecimento, ainda a apregoar, mas lá foram.
No final do dia, para descargo de consciência, achei por bem contar o sucedido ao meu patrão, que me disse que a culpa era minha porque tinha provocado os "Srs". Segundo ele, nós não podemos dizer as pessoas para usar máscara, vai do bom senso de cada um.
Moral da história: não tentes fazer o que achas correto quando não to mandaram fazer!
Não há pachorra!
Empregado de Balcão